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Última atualizaçãoSeg, 04 Out 2021

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Por que nascer de novo? Uma reflexão Nicodêmica

Por que nascer de novo? Porque quem não fizer isso, não pode ver o reino de Deus. Mude a sua mente.

Na cultura do reino de Cristo, precisamos mudar de mentalidade, largar sofismas, questionar preconceitos sobre mudanças que não escandalizem, abrir mão da tradição religiosa, sair do mundo de pecado e de injustiça.

A linguagem é de compaixão, amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, domínio próprio, só coisas boas, né verdade? São Boas novas de salvação, dentre estas coisas está o novo nascimento.

O significado disso está relacionado com uma mudança de hábito, mudança de atitude, mudança de UMA VIDA INTEIRA de QUALQUER pecado num mundo de ilusões, devaneios, grandes utopias, para uma nova vida, uma vida plena de sonhos e conquistas que se realizam através de uma fé genuína em Jesus, o salvador, aquele que num ato de amor, anulou a maldição do pecado na cruz.

Se você quiser acreditar nisso, decidindo mudar de vida, então você está livre de verdade! Mas, se você não crê, achando que isso é alguma coisa como novela ou filme de ficção, esse problema da  humanidade não é mais de Deus, nem Jesus. Lembrado que os problemas de todas as ordens  têm origem nos problemas espirituais.

Nascer de novo, do grego, anothen, que tem vários significados como “mais uma vez”, ou “segunda vez”, “é do alto”, é de Deus”, é bom demais! É uma nova chance!! Chance de marcar a sua vida eterna. Quem nasce de novo, ainda que morra viverá.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).

Nem a data de nosso aniversário é mais importante que o novo nascimento. Mas, por que devemos nascer de novo?? Deus-age-em-nosso-favor_thumb91-167x120

Porque para entrar nos céus o novo nascimento faz-se necessário, de acordo com a Palavra de Deus em todas as bíblias (de verdade e de vida, não de morte como algumas bíblias pelo mundo por ai)…

Seja leigo, seja sábio, seja pobre, seja rico, seja servo, seja senhor, o princípio espiritual de ingresso para uma vida eterna no céu, e de uma vida sem medos da morte na terra é o princípio da RENOVAÇÃO. Precisamos mudar para viver com Jesus para não morrermos no mundo sem ele.

Por favor abra a sua Bíblia agora no Livro de S. João, capítulo 3 e acompanhe o trecho.

A história de Nicodemos, muito conhecida, tá lá no Livro de João 3:3, retrata a dúvida de um homem sobre estas coisas espirituais.

Ele era um fariseu muito importante entre o povo judeu, mas isto não lhe garantira a salvação.  Seus pecados ocultos os condenavam. Precisava de resolver os seus conceitos, precisa de sanar aquela dúvida sagaz em sua cabeça. Sou justo o suficiente para conquistar a morada celestial, o novo reino, o reino de Deus?

A literatura diz que Nicodemos era um homem culto, de família nobre de Jerusalém, homem justo, erudito nas escrituras. No Sinédrio, a Suprema Corte Judaica, vamos dizer assim, ele era membro bem definido entre os 70 membros que o compunham. Estamos falando de uma pessoa letrada, de conhecimentos profundos e de grande autoridade. Mas, isso não o deixava tranquilo quanto à proposta do Filho de Deus sobre fé, pecado e justiça, justiça, pecado e fé…

Talvez a sua história seja um pouco parecida com a de Nicodemos, e você viva um tanto inquieto quanto as questões espirituais, visto que muita coisa você já desvendou sobre a natureza do homem e sua vida na terra, mas esta cultura ainda o deixa duvidoso quanto à nova vida. Muito bem, é hora de fazer uma “reflexão nicodêmica”. Como poss o nascer sendo velho?

Interessante isto. Mas, Nicodemos ficou confuso com isso. Até os dias de hoje vemos pessoas confusas com esta simples questão espiritual. As pessoas vivem mergulhadas em teorias complexas ou aprofundadas em sistemas religiosos ou políticos que as escravizam as forças e a mente que não conseguem mais decifrar a linguagem simples de Jesus.

Ainda no texto de João 3:3, Vimos que Jesus foi verdadeiro com Nicodemos, ele disse: Tú és mestre em Israel e não compreendes estas coisas? (vs. 12). Então, ele explicou sobre o “pneuma”, que representava “vento” ou espírito. Alow, é um nascimento espiritua-al!..

O homem, que ao ser concebido biologicamente desde o ventre carnal, tendo o seu espírito ainda não conectado “automaticamente” com Deus, e, por causa disso, a carne (inimiga do espírito) conduz o homem, às vezes durante a vida toda, a satisfazer somente a vontade de seu coração, vivendo apenas pelas emoções, torna-se escravo do pecado porque o pecado atua no coração e na mente. O espírito está quieto, submetido ao governo do pecado. Aqui a carne é quem governa tudo, teimando naquela inimizade ignorada ou voluntária com a santidade de Deus. Neste ciclo da vida quem manda no espírito e quem lidera à pratica do pecado é a alma, a consciência. O homem intelectual não gosta se se render ao homem espiritual, dando forças escravidão de seu dono ou patrão, muito conhecido dos ímpios; esse senhor chama-se pecado. Mas, ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo (Lc. 16:13). Assim, não existe outra maneira de converter esta escravidão em liberdade, caso o espírito continue morto e submisso toda a vida.

Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (Lucas 16:13)

 ******

Daí, é que vem algo que é realmente o mais importante deste artigo. O que nasceu desconectado do cordão umbilical do céu, necessita despertar isto dentro de si, é necessário nascer, viver! Não há embriões disputando vagas para ovular aqui. Mas, há uma guerra como nunca houve na sua vida, uma guerra travada no reino espiritual, as trevas não desejam ceder, mas, a luz sempre vencerá!! Nessa batalha você é o filho querido e esperado que Deus deseja ver nascendo, mas existe uma guerra entre carne e espírito. E que batalha!

Vencida esta etapa do corte radical com o mundo, o ato espiritual, que teve a iniciativa do Espírito Santo, para convencer a alma de seus erros, a alma, ao ceder espaço para o espírito, concebe um novo nascido no espírito. Trata-se de um novo nascimento. Quando isso acontece, o cordão espiritual recebe o ‘DNA de Deus’, renovando as ‘células espirituais’ que estavam hibernadas e mortas pelo poder das trevas (Efésios 2). Este ato não é um ato físico, é espiritual, e, somente é compreendido pela fé no que Jesus ensinou e seus discípulos o repercutem até os confins da terra.

Veja bem, não há troca de teoria científica, nem de religião, nem de doutrina, nem de igreja, nem de filosofia alguma. O que acontece de verdade é uma renovação interior. Muda tudo por dentro! Esta erupção, vai refletindo, paulatinamente, em transformações físicas e mentais. Os olhos da vida se abrem. Quem praticava o mal deixa-o em favor do bem. Quem pensava em suicídio desiste de morrer em favor da vida. E, quem vivia de ilusões, sem pé no chão, passa a viver com os olhos fixos nas coisas “do céu”, “coisas do alto” (anothen, no grego). Os olhos do pecado, deixam de enxergar somente o pecado, e convertem seus focos nas coisas do bem. Objetivos e propósitos mais concretos começam a surgir. Orientações de crescimento em todos os aspectos chegam do alimento da Palavra de Deus, a educação do reino de Cristo. A verdadeira escola da vida.

“E VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2 Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.3 Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4 Mas, Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; 7 Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. 8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:1-9).

Às vezes o homem se acha tão esperto, tão inteligente, tão culto das coisas terrenas… mas é ignorante das coisas de Deus, ignora as questões simples da vida espiritual, se afasta da vida eterna e vai enveredando por caminhos tolos, os quais muitas levam os levam à morte física, e morte espiritual.

Nicodemos, que estava confuso acerca dessa revelação, questionou os seus próprios conceitos acerca de sua sapiência humana. Ele se preocupou em passar isto a limpo, e resolveu procurar a Cristo em particular, pois precisava de concentração para aquela novidade, que ia além da religião.

A história não conta se Nicodemos resolveu nascer de novo. Alguns escritos dizem que ele esteve publicamente no sepultamento de Jesus, homenageando o Rabi.

Parece que quase ele se torna um cidadão do céu. Quase, mas todo mudo sabe que “quase” não significa tudo. Muitos vão quase entrar no céu, mas não vão poder entrar.  Nicodemos quase se converte, quase muda de vida ou quase nasce de novo.

Direto ao assunto

Se você observar atentamente o texto, Jesus respondeu a Nicodemos, antes mesmo que ele o perguntasse algo. É como se fosse assim, “Muito bem, vamos logo diretamente ao que mais importa”

Se hoje tivesse que elaborar uma peça teatral na igreja ou na praça, seria mais ou menos assim:

Nicodemos - Mestre… bom… é… (pigarro) vamo lá, nem sei como começar esta conversa, mas…

Jesus disse – Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus’ (João 3:3).

Nicodemos falou a Jesus – OK, OK, Mas, sou velho, não posso voltar ao ventre de minha mãe e nascer “segunda vez”

Jesus – Não precisa.

Nicodemos – (silêncio)

Jesus – carne é psyche, espírito é pneuma. Primeiro a gente crê nisso, depois materializa-se, ratificando o ato de fé com a água (baptisma), como João fez – ver Mt. 3:11. E, depois tem mais coisas espirituais ainda como os dons, por exemplo para conhecer mais sobre o Espírito Santo e coisa e tals (leitor: considerar a representação teatral).

Nicodemos – (silêncio)

Jesus – Nem fique espantado com isso, basta observar o vento. Ninguém o vê, mas ele ecoa nas janelas dos prédios, nas árvores, e até no pé de nossa orêia, meu fii!…

Nicodemos – Mas como pode? Absurdo isso!!…

Jesus – Bom, falei do vento e você não crê, imagine se eu falasse das coisas lá do céu… É pela fé meu fii, pela fé!!…

Um abraço,

Claudinho Santos

* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
e não refletem, necessariamente, a opinião do Canal Cristão do Sul.

 

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Devemos ou não julgar?

O Significado de julgar

Sempre ouvimos expressões como “não toqueis nos meus ungidos”, “não julgueis para não serdes julgados”, ou frases afins, sendo utilizadas com o intuito de contrariar a prática do julgamento doutrinário.

Antes de mais nada, faz-se importante conceituarmos a palavra “julgar”, pois somente assim poderemos fazer o bom e correto uso dessa ordenança bíblica.

De acordo com a International Standard Bible Encyclopedia, as palavras “discernir” e “discernimento” ocorrem em três formas no Novo Testamento (dokimazo, anakríno e diakríno).[1] Duas delas têm raiz no verbo krino, cujo significado é “peneirar”, “distinguir”, “selecionar”, “separar”, “decidir” ou “julgar”.

De acordo com Vine, dokimazo significa distinguir, por à prova, provar, examinar, julgar com a expectativa de poder aprovar. É encontrada em 1 Ts 5.21 na ordenança de Paulo para avaliarmos todas as coisas, em Lc 12.56 no questionamento de Jesus aos fariseus sobre o discernimento do tempo e em Gl 6.4 no sentido de pôr à prova nossas próprias obras.

O verbo anakríno significa distinguir, examinar, esquadrinhar, interrogar, separar com o fim de investigar em um exame exaustivo. Esta palavra é usada por Lucas em 23.14, citando uma fala de Pilatos: “Apresentastes-me este homem como pervertedor do povo; e eis que, interrogando-o diante de vós, não achei nele nenhuma culpa, das de que o acusais”. Ela também ocorre em 1 Co 2.14 e 1 Co 4.3.

Diakríno significa distinção, discriminação clara, discernimento e juízo. Aparece em 1 Co 12.10 na relação dos dons espirituais, em Hb 5.14 se referindo à característica de um cristão maduro na fé e em Rm 14.1 dizendo para que não julguemos (condenemos) os fracos na fé.

Vine acrescenta, ainda, outra palavra, o adjetivo kritikós, cujo sentido é relativo a juízo, discernimento.[2] Strong também comenta que esta palavra faz alusão a julgamento, aptidão ou habilidade para julgar, discernir.[3] Esta é a palavra empregada no texto de Hebreus 4:12: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, (…) e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”.

Como podemos verificar, nosso adjetivo “crítico” deriva-se da mesma raiz. Normalmente olhamos para essa palavra em seu sentido pejorativo e assimilamos a pessoas que sempre reclamam ou que constantemente observam os defeitos e falhas.

Entretanto, “crítico” vem de “critério”. Um crítico de cinema, por exemplo, precisa realizar sua análise baseado em critérios pré-estabelecidos. Somente desta forma, ele poderá realizar uma boa avaliação e chegar a um veredicto consistente acerca dos prós e contras da obra cinematográfica.

Outro exemplo simples pode ser usado na figura de uma dona de casa que vai à feira comprar tomates. Ela sabe que não deve comprar qualquer um que esteja à sua frente. Possui critérios de escolha, de seletividade. Os que estão muito maduros ficam no estoque do vendedor, pois correm o risco de estragarem antes de serem aproveitados por esta mulher. Em contrapartida, os que estão num estado intermediário, isto é, nem tão verde e nem tão maduros serão mais provavelmente os escolhidos na compra.

Não é partindo do mesmo pressuposto que se escolhe o feijão que será consumido? Destarte, o ensino paulino é que julguemos todas as coisas, retendo o que é bom (1 Ts 5.21).

O Julgamento Hipócrita

Normalmente são usadas duas passagens bíblicas para contestar o trabalho apologista das Escrituras em contraste com um ensino heterodoxo: Mt 7.1-5 e 1 Cr 16.22.

Analisaremos em separado os dois assuntos em seções individuais. Nesta primeira comentaremos sobre o que Jesus proferiu em um dos trechos de Seu conhecido Sermão da Montanha (Mt 5-7).

Mateus 7.1-5, portanto, diz o seguinte: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.”

Tal passagem é constantemente utilizada na tentativa de encerrar uma discussão (no bom sentido da palavra) doutrinária. Quem se utiliza do texto supracitado entende que os apologistas estão julgando personalidades e/ou lideranças carismáticas.[4]

O texto é bem claro nos dizeres de Jesus. Não devemos julgar as pessoas como se fôssemos mais especiais, com ar de superioridade, falsa santidade, arrogância, vaidade, orgulho ou vanglória.

Muitas pessoas olham para terceiros e esquecem de averiguar seus próprios erros. Os fariseus eram duramente criticados por tal postura hipócrita.

Analisando Mt 7.1, Kuiper diz que “é claro que Jesus aqui proíbe o julgamento. A questão, contudo, é se Jesus proíbe todo julgamento, ou somente certo tipo de julgamento.”[5]

Para obtermos a resposta para essa questão, devemos observar uma das regras de hermenêutica: olhar o texto dentro de seu contexto. Se assim o fizermos, poderemos constatar dois pontos.

Primeiro ponto: Jesus não está proibindo todo julgamento, mas o julgamento hipócrita. Não podemos ignorar nossos pecados e condenar deliberadamente outras pessoas.

Jesus contou uma parábola em Lc 18.9-14 referindo-se a tal prática anticristã. Dirigiam-se para oração um fariseu (ícone religioso de seus dias) e um publicano (ícone dos pecadores). O primeiro agradecia a Deus por não ser como aquele cobrador de impostos e tampouco como outras classes de pecadores, a saber, ladrões, injustos e adúlteros. Não obstante, ele era um dizimista fiel.

Num olhar aparente e externo, o religioso era um modelo a ser seguido. Entretanto, o outro homem reconheceu seu lugar de pecador. Neste estado, ele confessava sua necessidade da misericórdia e graça divina, bem como sua posição de criatura diante do Soberano Criador. Ele não se auto justificava com uma falsa piedade, antes, reconhecia ser indigno de um simples olhar para o céu.

O que aquele fariseu não percebeu era que, a confiança depositada em suas próprias obras havia se tornado como uma trave que cegava seus olhos, fazendo dele um “crente” nominal, ao passo que o publicano, realmente pecador, reconhecia esse fato, professando dependência em Deus e não em si mesmo. Essa sinceridade lhe fazia ter um cisco nos olhos se comparado ao fariseu, que se achava “santarrão”, mas na verdade era um iníquo enrustido.

Segundo ponto: considerando que Jesus estava no meio de um sermão o qual tratou de diversos assuntos, Ele ainda comentou sobre a necessidade de “julgarmos” os falsos profetas.

Embora “julgar” não seja a palavra usada no contexto da passagem de Mt 7.15-23, podemos raciocinar desta forma. Nos versos que precedem este trecho, Jesus alerta sobre o perigo de se seguir um caminho largo, pois seu final é a perdição eterna.

Na sequencia, Cristo alerta sobre a prudência em nos guardarmos dos falsos profetas. Não seria uma insinuação de que estes conduzem seus seguidores por este caminho largo e espaçoso? De qualquer forma, ficou o alerta. Devemos nos precaver e o meio pelo qual os identificaremos se dá por meio de um critério analítico de seus frutos: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16a). Fica claro que precisamos aperfeiçoar nosso senso kritikós, afinal, os tomates “proféticos” estão fresquinhos ou estragados?

Não toqueis nos meus ungidos

A outra expressão utilizada com maior frequência é “não toqueis nos meus ungidos”. Ela está baseada nas passagens de 1 Cr 16.22 e Sl 105.15.

Há, ainda, o episódio de Davi quando se escondeu numa caverna. Naquela ocasião, ele estava sendo perseguido por Saul há um tempo considerável e optou por fugir do rei e de seus homens. No meio dessa fuga, Davi se escondeu aguardando que Saul se fosse com seus homens.

Para sua surpresa, o rei precisava aliviar o ventre e foi justamente ao esconderijo em Davi se emcontrava. Enquanto Saul fazia suas necessidades, teve um pedaço da orla de seu manto cortado sem que percebesse.

Os homens que estavam com Davi até o incentivaram a se aproveitar da oportunidade, mas após obter um pedaço do manto de Saul, o jovem foragido acabou ficando com remorso e declarou a seus homens: “O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, que eu estenda a minha mão contra ele, pois é o ungido do Senhor” (1 Sm 24.6).

Dessa forma, alguns evangélicos entendem que este é um princípio bíblico no tocante aos cuidados que devemos ter com os pastores e líderes de nossas igrejas.

Contradizer, discordar, questionar ou criticar os pastores, apóstolos, bispos, patriarcas ou qualquer outra categoria de “ungidos” de Deus seria um delito espiritual. É como se a unção de Deus fosse um ato de imunidade para tais líderes e o não cumprimento desse dever implicaria em consequências desastrosas para os transgressores.

Este conceito tomou corpo no meio evangélico e algumas pessoas preferem omitir suas opiniões com medo de represálias ou até mesmo da ira divina caso questione a postura pastoral.

Obviamente que não estamos aqui incentivando o desrespeito e a insubmissão às autoridades eclesiásticas. De modo nenhum! Antes, queremos demonstrar que tais conceitos são biblicamente deturpados e não podem servir para acobertar falhas morais e teológicas de determinadas lideranças evangélicas.

No caso do “ungido do Senhor” podemos ver algumas inverdades que vêm sendo propagadas.

Primeira inverdade: os ungidos são os líderes eclesiásticos. Isso se dá porque não há nenhuma ligação entre o cargo do rei com os ofícios eclesiásticos.

Como explica Nicodemus, a expressão “ungido do Senhor” é usada na Bíblia em referência aos reis de Israel que “eram oficialmente escolhidos e designados por Deus para ocupar o cargo mediante a unção feita por um juiz ou profeta. Na ocasião era derramado óleo sobre sua cabeça para separá-lo para o cargo”.[6]

Embora algumas denominações até utilizem de óleo para ungir seus pastores ou bispos em consagrações ou até mesmo nas cerimônias de ordenação, a expressão veterotestamentária “ungido”, referindo-se a líderes evangélicos, não encontra paralelo no Novo Testamento.

Os Apóstolos não tiveram nenhuma cerimônia de unção com Jesus, os diáconos tampouco com os Apóstolos, Paulo não descreve esse ritual para o comissionamento dos obreiros, enfim, sendo assim não podemos traçar tal paralelo.

Em contrapartida, os crentes em geral e não apenas líderes, são sim ungidos de Deus, selados com o Espírito Santo, o penhor de nossa salvação (2 Co 1.21,22; 1 Jo 2.20).

Segunda inverdade: não toqueis se refere a discordar, questionar, reprender, etc. Como já foi declarado, a proposta desse capítulo não é fomentar um desrespeito pelas autoridades eclesiásticas. Afinal, a Bíblia nos ensina: “Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas” (Hb 13.17).

Podemos citar várias outras passagens que incentivam de forma saudável a honra aos nossos líderes (Mt 10.40; Rm 15.30; 1 Co 4.1; 16.16; 2 Co 1.11; Gl 4.14; Ef 6.19; Fp 2.29; 3.17; 1 Ts 5.13; 1 Tm 4.12; 5.17; Hb 13.7).

O que está em questão é a proposta enganadora de sujeitar e manipular os fiéis sob um falso discurso de submissão.

Se voltarmos ao episódio de Davi na caverna, perceberemos que ele não tocou no “ungido do Senhor”, isto é, não o feriu, machucou, espancou ou matou. Todavia, é nítido que Davi repreendeu Saul por sua injustiça e falta com a verdade, além de colocar a causa que o afligia nas mãos do único que pode intervir com perfeita justiça (cf 1 Sm 24.8-12).

Romeiro explica essa situação dizendo que as passagens referentes à expressão em análise “não se referem a um questionamento ético ou doutrinário do líder, mas a algum perigo para a integridade física de um ungido de Deus”[7]

Podemos ver um caso semelhante ao de Davi no episódio de Abraão em Gerar. Nesta ocasião, o patriarca contou a meia verdade de que Sara era sua irmã, temendo a Abimeleque. Este até tomou Sara, mas foi avisado em sonho que seria punido caso tomasse-a por esposa.

Apesar de Deus ter proibido Abimeleque de tocar no profeta e ungido do Senhor, ou seja, de causar-lhe algum dano físico, ele não hesitou em repreender Abraão por ter-lhe mentido: “Que é que nos fizeste? E em que pequei contra ti, para trazeres sobre mim o sobre o meu reino tamanho pecado? Tu me fizeste o que não se deve fazer (…) Com que intenção fizeste isto?” (Gn 20.9,10).

Recorrendo à Igreja Primitiva, vamos perceber que “nunca os apóstolos de Jesus Cristo apelaram para a ‘imunidade da unção’ quando foram acusados, perseguidos e vilipendiados pelos próprios crentes”.[8]

O julgamento bíblico

Afinal de contas, devemos ou não julgar? O que a bíblia diz, portanto, sobre esse assunto? Veremos doravante alguns conceitos firmados pela Palavra de Deus.

Conforme já vimos, somos exortados a exercer o nosso discernimento. Paulo disse que devemos julgar todas as coisas e reter o que é bom (1 Ts 5.21). Este julgar não diz respeito a conjecturar ou especular a salvação de terceiros. Vale ressaltar outro ponto importante. Há uma enorme diferença entre julgar e condenar. Talvez seja este o maior temor que algumas pessoas enfrentam ao se deparar com livros ou artigos de apologética cristã.

Kuiper explica que, “julgar e condenar são duas coisas distintas, relacionadas, mas não idênticas”. Em seguida, ele exemplifica essa afirmação através do caso da mulher adúltera em Jo 8, mostrando que, “Jesus de fato julga esta mulher, mas não a condena. Ao dizer-lhe ‘vá e não peques mais’, Jesus indica que ela tinha pecado. Em si mesma, a acusação dos fariseus estava correta, e Jesus julgou o pecado como sendo pecado (…) Embora Jesus tenha julgado a mulher, ele não a condenou”.[9]

Como bem lembra Romeiro, quando Paulo chegou a Beréia, já possuía um currículo bem respeitado e até invejável. Ele havia estudado com um mestre renomado de sua época, Gamaliel, e desfruta­va da confiança das autoridades que lhe deram autorização para perseguir os cristãos, além de ter passado por uma conver­são fantástica.[10]

Apesar de tudo isso, os bereanos exerceram o juízo enquanto Paulo e Silas lhes anunciavam as boas novas. Lemos em Atos 17.11 que eles “receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim”.

É como se o Apóstolo dos gentios fizesse uma citação messiânica de Isaías, por exemplo, e os ouvintes de Beréia procurassem na Escritura Sagrada, a fim de confrontar com o ensino paulino.

Encontramos, ainda, as advertências do Apóstolo João sobre o cuidado com heresias propagadas por pessoas que “não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos” (1 Jo 2.19).

Sendo assim, João afirma à Igreja que não desse crédito a qualquer pregador, “mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1 Jo 4.1).

Estes falsos profetas , gnósticos como chamamos hoje, estavam ensinando heresias cristológicas, negando a natureza humana de Cristo. Seus ensinos eram místicos e misteriosos e eles alegavam uma revelação especial para suas doutrinas.

Como diferenciar, então, um pregador cristão de um gnóstico? A Igreja deveria julgar o ensino do mesmo: “Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo.” (1 Jo 4.2,3).

Outra controvérsia que a Igreja enfrentou em seus primeiros anos foi a dos judaizantes. Alguns fariseus que passaram a professar a fé cristã, não se contentaram com a simplicidade do Evangelho e não quiseram abrir mão de alguns aspectos do judaísmo farisaico e fizeram de tudo para misturar o Evangelho puro e simples com a Lei de Moisés.

Essa controvérsia trouxe sérios aborrecimentos ao Apóstolo Paulo, o qual exortou irmãos que estavam deixando a doutrina de Cristo para ir após outro evangelho em sua carta aos gálatas. Uma mensagem diferente da mensagem de Cristo deveria ser descartada, ainda que fosse pregada por anjos ou qualquer apóstolo (Gl 1.8).

As principais religiões judaicas do primeiro século da era cristã eram os fariseus, saduceus, zelotes e essênios. Cada um desses grupos tinham costumes que lhes eram próprios e com a proliferação do cristianismo para os gentios, houve um grande choque cultural entre estes e os judeus, os quais quiseram impor a continuação da circuncisão.

Esta discrepância doutrinária trouxe uma discussão acalorada entre Paulo, Silas e os fariseus recém-convertidos. Tal controvérsia só pôde ser apaziguada em uma reunião conciliatória em Jerusalém por volta do ano 51. d.C. (cf At 15).

Esse problema judaizante ainda teve outras repercussões. Paulo chegou a ter uma leve desavença com Pedro por conta de um posicionamento mais explícito e chegou até mesmo a repreendê-lo (Gl 2.11-21).

Houve julgamento (peneiramento, distinção, seleção, separação e decisão) neste encontro de Paulo em Antioquia. Não dava para seguir dois evangelhos, um da circuncisão e outro da graça.

Mas isso não é uma falta de amor ou um ato faccioso? De forma alguma, o próprio Paulo deixou claro que, o amor não se alegra com a injustiça e sim com a verdade (1 Co 13.6). Seria muito fácil defendermos um falso amor baseado numa falsa tolerância. Porém, isso não seria o amor bíblico, mas um ecumenismo de “teologias” variadas.

Apesar de todas essas bases bíblicas, muitos líderes não têm abertura para uma discussão teológica. Preferem permanecer no erro ao invés de dar o braço a torcer humildemente. Mesmo sabendo disso, Paulo lutou pela sanidade do evangelho. Aos que não aceitavam suas ideias, ele perguntava: “Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gl 4.16).

O julgamento na história da Igreja

A Bíblia trata do caráter apologético das doutrinas centrais da fé cristã em praticamente todos os seus livros do Novo Testamento. Desde a ressurreição de Cristo, muitas heresias se introduziram no meio da Igreja. Embora os Apóstolos, os pais apostólicos, os pais apologistas e os pais polemistas tenham lutado pela fé que uma vez nos foi dada, alguns resquícios dessas falsas doutrinas permaneceram e/ou evoluíram para os séculos posteriores.

Na presente era da Igreja, encontramos esses resíduos primitivos em conceitos teológicos profundamente equivocados. Os atributos de Deus são confundidos em muitas seitas pseudo-cristãs. A natureza de Cristo ainda sofre má interpretação em relação a Sua divindade e humanidade. O Espírito Santo é questionado e confundido em alguns grupos religiosos. A doutrina da graça ainda é pervertida. O cânon das Escrituras continua a ser atacado por alguns supostos cristãos. Certos homens insistem em recosturar o véu. A simonia permanece desgraçando a autenticidade do cristianismo… E por aí vai.

A maioria das heresias ocorre em virtude da ênfase exageradamente mística que alguns dão à religiosidade.[11] É certo que Deus é um ser pessoal e que se relaciona com seu povo. Todavia, devemos buscar explicações para nossas experiências à luz da Palavra de Deus e não vice-versa.

Berkhof diz que, esta “posição deve ser sustentada em oposição a todas as classes de místicos”, pois eles alegam revelações especiais, bem como um conhecimento metafísico não mediado pela Palavra de Deus, o que pode nos levar “a um oceano de ilimitado subjetivismo”.[12]

Na história da Igreja, os primeiros cristãos precisaram seguir a orientação de Judas por inúmeras vezes: “senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos” (Jd 3).

Os efésios são elogiados por Jesus por não se conformem com um grupo chamado em Apocalipse de Nicolaítas (Ap 2.6,15).

A interpretação dessa passagem é analisada em pelo menos três perspectivas: 1) eram seguidores de Nicolau, um dos sete que foram designados diáconos em At 6 e que acabou deixando a ortodoxia; 2) gnósticos que queriam se infiltrar na igreja e 3) pessoas que seguiam o ensinamento de falsos Apóstolos e de Balaão.[13]

Embora não haja consenso sobre a origem dos nicolaítas, sabemos que eles pregavam uma versão inovadoramente imoral do Cristianismo.

Era um evangelho sem exigências, liberal e sem proibições, no qual queriam gozar o melhor da igreja e o melhor do mundo. Eles incentivavam os crentes a comer comidas sacrificadas aos ídolos e diziam que o sexo antes e fora do casamento não era pecado, estimulando a imoralidade.[14]

Clemente de Alexandria disse que Nicolau (ele cria que fosse um dos sete diáconos) foi repreendido por se enciumar de sua mulher que era muito bonita. Respondendo a essa reprovação, ele disse que quem quisesse poderia tomá-la como esposa, ou seja, ter relações sexuais com ela. Clemente acrescenta, ainda, que Nicolau passou a ensinar que os apóstolos tinham permitido relações promíscuas e comunitárias com as mulheres.[15]

Eusébio de Cesaréia confirma a citação de Clemente em sua história eclesiástica. Entretanto, alega ter pesquisado sobre a vida de Nicolau e descobriu que, embora este tenha ensinado que “cada um deve ofender a própria carne”, ele mesmo não viveu com outra mulher a não ser sua esposa, manteve suas filhas em virgindade até idade avançada, bem como seu filho incorrupto. Eusébio entende que Nicolau tenha permitido sua mulher se relacionar com outros homens para suprimir sua paixão carnal e os prazeres que buscava com tamanho empenho.[16]

Infelizmente, alguns seguiram a prática nicolaíta e se entregaram às paixões sob a alegação de que a carne para nada se aproveita. Easton disse que “eles se pareciam com uma classe de cristãos professos, que procuravam introduzir na igreja uma falsa liberdade ou licenciosidade, desta forma abusando da doutrina da Graça ensinada por Paulo”.[17]

A Igreja precisou lidar com muitas heresias no decorrer de sua história. Paulo até declarou que, “até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós” (1 Co 11.19 – ARC).

As heresias faziam separação dos verdadeiros crentes – que buscavam seu estilo de vida no uso da aplicação correta da sã doutrina – e dos falsos – que optavam por uma versão incongruente do evangelho.

Podemos ver exemplos da luta doutrinária da Igreja com os maniqueístas que davam ênfase num dualismo onde Deus e o diabo eram dotados de poder co-iguais, com o arianismo que negava a natureza divina de Cristo, com os monarquianistas dinâmicos (ou adocianistas) que diziam que Cristo tinha assumido a forma divina somente após o batismo, com os ebionitas que entendiam que Jesus fosse apenas humano; com os docetas que criam que Ele fosse apenas divino e que Seu sofrimento tinha sido apenas simbólico; com os eutiquianistas (monofisistas) que ensinavam uma natureza amalgamada da divindade e humanidade de Cristo; com os apolinarianistas que negavam a natureza humana completa de Jesus, alegando que o Logos substituiu a alma humana de Cristo; com os sabelianos (monarquianistas modalistas ou somente modalistas) que diziam ser Cristo o segundo modo das três sucessivas manifestações de Deus; com os patripassianistas, uma variante desta última, que ensinavam que o próprio Pai havia morrido na cruz (patripassianismo).

Embora dezenas de heresias tenham sido citadas aqui, muitas outras ainda ficaram faltando. Algumas por falta de espaço, outras por falta de pertinência temática. Contudo, que a Igreja continue utilizando o divino par de lentes que “coletando-nos na mente conhecimento de Deus de outra sorte confuso, dissipada a escuridão, mostra-nos em diáfana clareza o Deus verdadeiro”,[18] afinal, “A Bíblia, toda a Bíblia e nada mais do que a Bíblia, é a religião da igreja de Cristo.”[19] Ela é efetivamente “absoluta ou obsoleta”.[20]

Conselhos práticos

Para finalizar esse capítulo gostaria de trazer alguns conselhos práticos para que os cristãos melhorem seus critérios e exerçam o discernimento bíblico.

Segundo Romeiro, é preciso tomarmos cuidado em pelo menos quatro circunstâncias: nas livrarias evangélicas, nas editoras evangélicas, na educação teológica e até mesmo ao escolher uma igreja.[21]

Não é porque uma livraria se diz evangélica que ela possui apenas materiais evangélicos. Algumas delas vendem produtos de outras religiões. Precisamos verificar criteriosamente do que se trata.

Recentemente, um amigo meu me emprestou um livro alegando ser muito bom. Segundo ele, era um ótimo material escatológico que ele havia comprado numa livraria evangélica em Juiz de Fora, Minas Gerais. Como ele disse que me traria o livro no dia seguinte, perguntei-lhe, curioso, qual era o autor e ele me respondeu que era Paiva Netto.

Fiquei assustado com a resposta, pois Netto é o atual presidente da LBV, um grupo espírita. O livro chama-se “Apocalipse sem medo” e é recheado de heresias. Não sei como o meu amigo conseguiu acha-lo bom!

Algumas dicas para se evitar leituras controvertidas, é tentar conhecer o autor, saber de que igreja ele é, qual a sua reputação e a afinidade teológica dele com sua denominação.

Outro cuidado se dá em relação à editora. Longe de querer generalizar, existem algumas que apoiam visivelmente materiais controversos e cujo forte é a publicação de livros de batalha espiritual, demonologia, etc.

Algumas denominações possuem editoras específicas, como é o caso das Assembléias de Deus com a CPAD e a Betel; a Igreja do Nazareno com a CPN; a Metodista Wesleyana com a CPIMW; a Batista com a Editora Batista Regular e a JUERP e a Presbiteriana com a Cultura Cristã.

Há, ainda, outras excelentes editoras que não foram citadas, como a Vida Nova, Hagnos e Fiel. De qualquer forma é preciso estar atento.

O cuidado na educação teológica também é muito importante. Muitas pessoas estão aderindo a cursos de teologia que não possuem nenhuma integridade.

A grande maioria de cursos teológicos no Brasil é sem o reconhecimento do MEC. Isso, todavia, não os desmerece, pois há o reconhecimento denominacional. Antes de fazer algum curso é importante verificar a que denominação o mesmo é ligado, qual a confissão de fé e se sua igreja o aprova.

 

VINICIUS COUTO

 

PRIME

* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
e não refletem, necessariamente, a opinião do Canal Cristão do Sul. 

 

Amargura, a síndrome de Saul

A Bíblia narra a história de um homem que começou o seu ministério com alegria e prosperidade, mas o encerrou com dor e amargura.

No decorrer do tempo ele sofreu (sob a vista de Deus) com espíritos amargos do absinto, os quais lhes perfuraram o coração e penetraram profundamente em sua mente, a ponto de conduzir o seu ministério com ciúme, inveja, dor, fracasso, vergonha, tragédia e, por fim, a própria morte. Saul foi atormentado por um espírito que se chama AMARGURA. Ele não foi vítima da amargura, mas foi precursor da mesma

Nos tempos dos reis da Bíblia, o governo de Seu povo era estabelecido pelo próprio Deus, através dos relacionamentos com seus profetas na terra.

A eleição de Saul

“E quando Samuel viu a Saul, o Senhor lhe respondeu: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo” (I Sm. 9:17)

A eleição de Davi

“Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não tem escolhido a estes. 11  Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os moços? E disse: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos até que ele venha aqui (I Sm. 16:17).

Saul, porém, governou sem autoridade, sem paz e com aflição interior. Vejamos um pouco da história de amargura de Saul:

Saul é descendente de Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afias, benjamita, homem de bens (I Sm. 9:1). A família de Saul era nobre e poderosa. Era líder e comandante de guerra em sua tribo, pois possuía muitas terras. Seu problema, porém era a amargura, sobretudo depois que passou a governar a Israel.

“(…) E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse e conduzia-se com prudência, e Saul o pôs sobre os homens de guerra; e era aceito aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul. 6  Sucedeu, porém, que, vindo eles, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com adufes, com alegria, e com instrumentos de música.

7  E as mulheres dançando e cantando se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares.8  Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino? 9  E, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita.

“(…) “Então Davi se levantou, e partiu com os seus homens, e feriu dentre os filisteus duzentos homens, e Davi trouxe os seus prepúcios, e os entregou todos ao rei, para que fosse genro do rei; então Saul lhe deu por mulher a sua filha. 28  E viu Saul, e notou que o Senhor era com Davi; e Mical, filha de Saul, o amava. 29  Então Saul temeu muito mais a Davi; e Saul foi todos os seus dias inimigo de Davi. 30  E, saindo os príncipes dos filisteus à campanha, sucedia que Davi se conduzia com mais êxito do que todos os servos de Saul; portanto o seu nome era muito estimado.

1  E FALOU Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos, para que matassem a Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava mui afeiçoado a Davi. 2  E Jônatas o anunciou a Davi, dizendo: Meu pai, Saul, procura matar-te, pelo que agora guarda-te pela manhã, e fica-te em oculto, e esconde-te. 3  E sairei eu, e estarei à mão de meu pai no campo em que estiverdes, e eu falarei de ti a meu pai, e verei o que há, e to anunciarei. 4  Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e disse-lhe: Não peque o rei contra seu servo Davi, porque ele não pecou contra ti, e porque os seus feitos te são muito bons.

5  Porque expôs a sua vida, e feriu aos filisteus, e fez o Senhor um grande livramento a todo o Israel; tu mesmo o viste, e te alegraste; porque, pois, pecarias contra o sangue inocente, matando a Davi, sem causa? 6  E Saul deu ouvidos à voz de Jônatas, e jurou Saul: Vive o Senhor, que não morrerá. 7  E Jônatas chamou a Davi, e contou-lhe todas estas palavras; e Jônatas levou Davi a Saul, e esteve perante ele como antes.

8  E tornou a haver guerra; e saiu Davi, e pelejou contra os filisteus, e feriu-os com grande matança, e fugiram diante dele. 9  Porém o espírito mau da parte do Senhor se tornou sobre Saul, estando ele assentado em sua casa, e tendo na mão a sua lança; e tocava Davi com a mão, a harpa. 10  E procurou Saul encravar a Davi na parede, porém ele se desviou de diante de Saul, o qual feriu com a lança a parede; então fugiu Davi, e escapou naquela mesma noite.

11  Porém Saul mandou mensageiros à casa de Davi, que o guardassem, e o matassem pela manhã; do que Mical, sua mulher, avisou a Davi, dizendo: Se não salvares a tua vida esta noite, amanhã te matarão. 12  Então Mical desceu a Davi por uma janela; e ele se foi, e fugiu, e escapou.

A origem da amargura

Jhon Maxwell em seu livro, 21 Minutos de Poder na Vida de um líder, escreveu assim:

“Saul recebeu a unção de Deus, assumiu a posição de rei e tinha potencial para se tornar um grande líder. Porém, ainda que não tivesse nenhum limite externo que bloqueasse a sua liderança, ainda havia limites internos em Saul, que tampava a sua visão. São eles: o medo, a impaciência, a negação, a falsidade, o ciúme e a ira. Todos fraquezas de caráter, que eram camuflados por sua larga arrogância”.  

A amargura na vida de Saul não começou da noite para o dia,  a doença foi crescendo em leves níveis até chegar ao ápice de sua loucura! 

Mas, a amargura não é uma doença só do passado. Contextualizando, esse mal, que tem início com pequenas feridas da alma, se não tratada em tempo, inflama, infecciona e destrói profundamente as emoções. Esse mal é corrosivo a ponto de poder gerar, num adulto, enfermidades físicas como um câncer inexplicado.

Quase todas as feridas da alma têm suas origens muito cedo, lá na infância. Uma criança que nunca ouviu um “muito obrigado” dos pais em sua casa, dificilmente vai ser grata dentro de casa ou em outro ambiente.  Uma criança ‘educada’ a gritos como “você não presta para nada!”, intimidadas moralmente com dedos no nariz ou violentadas fisicamente, dentre outras feridas no corpo e na alma etc, certamente terá que esta criança ou adolescente terão feridas profundas em suas emoções. O desrespeito e a desonra de seus pais, tios ou avós lhe causarão problemas muitas vezes irreversíveis.

Crianças traumatizadas serão adultos doentes que gerarão novas crianças doentes

Quando alguém é ferido nas suas emoções, seu corpo físico cresce, mas sua alma continua adolescente, que crescerão com aquela mesma educação febril e traumática do passado, caso não haja uma intervenção terapêutica e divina para a cura total da alma.

Quando o filho não é preparado para amadurecer, suas emoções infantis permeiam toda a sua fase adulta. (leia artigo “Escolhe pois a bênção”).

Outro dia, lendo um livro de Craig Hill, descobri que a maioria dos presidiários norte americanos vive em prisões triplas: físicas, emocionais e também espirituais. Numa pesquisa de campo, realizado por uma TV local, foi revelado que a maioria dos presos adultos odiava seu pai ou sua mãe. Que, suas inclinações para a violência como homicídios e suicídios se davam por causa de desejos de vinganças da vida que levaram na infância.

Andemos em Espírito

Voltando para a história de Saul, não podemos isolar a Davi  homem segundo o coração de Deus, com instrumentos de cordas e cânticos espirituais, acalmava o espírito amargo de Saul. Tudo que aprendemos com Davi, foi dependência Divina. Ainda que tocasse a harpa para acalmar ao Rei, sua vida corria risco iminente.  Uma possível alteração de humor daquele comportamento ingrato, explosivo, egoísta e malicioso de Saul poderia deixar Davi com sérios problemas.

Davi era chamado várias vezes para tocar seu instrumento de alívio, tantos eram os momentos de amargura e aflição na vida do Rei.  Parte da história de Saul foi escrita por ingratidão, amargura, inveja, rebeldia e desejo de vingança. Em vez de agradecer, o Rei passou a odiar a Davi.

Ingratidão e Amargura são males às vezes insensíveis e invisíveis para aqueles que disso desfrutam. As pessoas amargas são infelizes, e, desejam que o meio em que vivem as agradem de forma total e particular. As pessoas ingratas semeiam ingratidão e contagiam os bons frutos que estão numa mesma cesta. Esse egoísmo, às vezes até mesmo voluntário, é caraterístico de quem não vive feliz.

A falta de perdão aprisiona tanto a quem não perdoa quanto a quem agrediu. Quando, porém, perdoamos, somos livres para viver uma vida feliz!… Viver feliz ou viver infeliz, esta história depende de nossas escolhas.

Saul escreveu a sua própria história, Davi entregou a história de sua vida ao coração de Deus. E você? Como gostaria de escrever a sua história? Uma história de bênção ou uma história de maldição? Se você fez a escolha certa, então, humilhe-se para receber a cura da enfermidade de sua alma! Um coração ingrato atrai amargura. DIGA NÃO À AMARGURA AINDA HOJE MESMO E SEJA LIVRE DE VERDADE!!!!!

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“Se vivemos em espírito,

andemos em espírito” (Gal. 5:25).

 

Claudinho Santos

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Fonte: Prime

Jesus o maior presente de Todos (Mensagem de Natal)

E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e,  prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe  dádivas: ouro, incenso e mirra.(Mateus 2:11)

Estamos na época mais altruísta e fraternal do ano. Uma época onde se presenteia e é presenteado.  E é na época de Natal que um clima de amor , paz , amizade e solidariedade invade muitos corações, embora vivendo num mundo totalmente egocentrista como o nosso. É interessante o que acontece nessa época, pois  o que se faz nas semanas de Dezembro, muitas vezes não se faz no ano todo.  É uma época onde o comércio mais cresce, onde só se fala no tão esperado “presente de Natal”.

As Sagradas Escrituras relata que na noite que Cristo nasceu, alguns magos vindos do Oriente  também resolveram presenteá-lo.

Vale lembrar a muitas pessoas que a tradição diz que aqueles  magos não eram  reis ,mas sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia. Alguns dizem que os magos eram na verdade astrólogos e outros que eram bruxos ou algo parecido.

A verdade é que independente do que faziam, quanto a veracidade da tradição, aqueles  homens eram sábios. De certa forma aqueles homens conheciam o  que estava escrito nas Sagradas Escrituras e em razão disso esperavam o Messias.

Prova disso é que perguntaram:

Onde está o recém-nascido Rei dos Judeus ?
Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo?

O interessante é que esses magos não eram judeus que esperavam o tão desejado Messias, nem moravam na cercanias de Belém. Aquele homens não eram pessoas de “perto”, da religião judaica, mas vinham de longe do povo escolhido. Jesus apareceu e foi procurado justamente por aqueles que não criam, mostrando que Sua Soberania e misericórdia de Deus são inquestionáveis.

Na verdade aquele era para ser um dia festivo para os judeus, para o povo escolhido, afinal o Messias havia chegado. Mas eles não estavam atentos a sua vinda. O povo escolhido não estava preparado aos sinais de Sua vinda, nem estava vigiando quando Ele chegou.

O que mais me impressiona é que no dia do seu nascimento  Ele foi visitado, por aqueles que não adoravam ao Deus de Israel.

Fui buscado dos que não perguntavam por mim, fui achado daqueles que não me buscavam; a uma nação que não se chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui. Eis-me aqui. (Isaías 65:1)

Jesus recebeu presentes por aquelas pessoas que não criam e que não eram exatamente aqueles que eram para ser presenteados com Sua Presença.

Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. (João 1:11)

Hoje, da mesma forma, muitos hoje, do povo da Nova Aliança, que sabem de Sua vinda , não não estão vigiando, esquecendo da promessa de Sua volta. São muitos do povo de Deus que estão se entretendo com as coisas deste mundo, bem como, são poucos aqueles que “esperam Sua volta ” e O buscam verdadeiramente.

Mas aprouve a Deus que os magos, vindo de tão longe, do Oriente , vindo de nações distantes, fossem de fato agraciados com o “maior presente de todos” que era a Presença do Rei dos Reis.

A cena dos magos se prostrando relata o  significado profético no futuro de que todas as nações da Terra, mesmo as gentílicas, iriam se prostrar ao Senhorio Dele (Rm 14:11).

O que darei ao Senhor... (Sl 116:12)

No Natal é comum questionar o que daremos de presente a alguém. Procuramos dar aquilo que agrada a pessoa presenteada.

Sabe, queridos, até na escolha dos presentes é que vejo a sabedoria daqueles magos. De certa forma parece que aqueles magos conheciam a natureza daquele menino.  Vemos  que os os presentes que foram dados apelos magos possuem  também um significado espiritual bem profundo: O Ouro , o incenso e a mirra.

O Ouro significa a sua Majestade e Soberania.
O Incenso o Seu Sacerdócio e Senhorio, digno de ser Adorado.
A Mirra significava seu chamado profético e de eternidade.

Aqueles magos não deram qualquer coisa, mas uma adoração devida ao Seu nome, na
beleza de Sua santidade. Como está escrito:

Tributai ao Senhor a glória de seu nome; trazei presentes, e vinde perante ele; adorai ao Senhor na beleza da sua santidade. (1 Crônicas 16:29)

Enfim, aqueles magos sabiam quem era Aquele que iria ser presenteado, e o presente
que deram significava que Aquele que estava oculto aos olhos dos gentios estava pronto
a ser revelado em seus corações.

“Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor…”  (Jeremias 29.13-14)

Jesus, o “amigo secreto” revelado aos homens veio recebendo a adoração Daqueles que verdadeiramente O buscaram.  Ele é o maior presente, mas também o maior presenteador, como está escrito:

Por mim governam príncipes e nobres; sim, todos os juízes da terra.
Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão.
Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e a justiça.
(Provérbios 8:16-18)
Infelizmente muitos só estão esperando receber de Deus os “presentes desta Terra”, quando o Maior Presente está sendo relegado a um segundo plano.  É necessário que aprendamos que a adoração a Deus  envolve o nosso melhor louvor, como está escrito em Hebreus:

Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que “confessam o seu nome”. (Hebreus 13:15).

Por isso, é importante saber que Jesus esta acessível a todos que desejam lhe adorar e lhe buscar.  Não importa como somos ou como estamos, mas se fato O buscamos e O adoramos.

Muitas vezes achamos que conhecemos a Deus pela nossa religião, por acharmos que sabemos tudo Dele, mas depois como Jó verificamos que conhecia apenas de ouvir falar.

O Senhor deseja ser encontrado não somente no dia que é lembrado pelo seu nascimento, pela dia de sua vinda, mas nos momentos mais importantes da nossa vida.

O maior presente de todos está acessível a todos que o buscarem. Como ele mesmo disse:

 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. (Lucas 11:9-10)

Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (João 4:24)

Por Anderson Cassio de Oliveira

 

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Por que temos 4 Evangelhos na Bíblia?

Para alcançar os quatro cantos da terra (Ap 4.6; 7.1; 20.8); como o rio do Jardim do Éden que possuía quatro afluentes para regar a terra! Começando por (1) Jerusalém, estendendo-se por toda a (2) Judeia, (3) Samaria e alcançando (4) os confins da terra.

Para alcançar todas as pessoas, de todas as (1) tribos, (2) povos, (3) línguas e (4) nações (Ap 5.9), e também para ser semeado sobre os quatro tipos de solo (Mt 13) pois os quatro Evangelhos também foram escritos para distintos destinatários: Mateus escreveu para a comunidade judaica, Marcos para os romanos, Lucas para o gentio Teófilo (Lc 1:1-4) e João para que o mundo inteiro saiba que Jesus é o Unigênito de Deus que veio para possibilitar a salvação para todo mundo (Jo 3.16).

Por que há quatro elementos na natureza: terra, água, fogo e ar. Para que a semente do Evangelho fosse plantada em toda a terra (Mt 13), caindo como água que traz a vida (Sl 72.6; Dt 32.2; Os 6.3 e Jo 7.38), queimando como fogo para desfazer as obras do diabo (Lc 12.49; 1 Jo 3.8; Hb 1.7; Is 6.6; 2 Sm 22.13; At 2.3), agindo como luz que espanta as trevas (Jo 1.9; 8.12; 9.5 e 11.19), espalhando-se pelo mundo como o ar que é capaz de penetrar nas cavernas mais profundas e escuras da terra (Ez 37.9; Jo 3.8 e At 2.2).

Para abranger as quatro estações do ano. O Evangelho de Cristo diz respeito a todos os tempos e fases da vida. “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação” (2 Co 6:2).

Para vislumbrarmos a vida e obra de Cristo de todos os ângulos de um perfeito quadrado, a fim de termos uma visão mais completa, profunda e detalhada dos quatro ofícios de Cristo: Rei, Profeta, Sacerdote e Deus.

Para fundamentar o Tabernáculo de Deus com os homens sobre as “quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro” (Ex 26:32), onde a madeira simboliza a sua humanidade e o ouro a sua divindade. Ali também se vê o véu, que possui a figura dos querubins que, em Ez 10.15, são denominados de seres viventes, o que nos remete aos quatro seres viventes do Apocalipse (4.6 cp. Ez 1.5-28), onde cada um deles representa uma das quatro características de Cristo que vemos destacadas em cada um dos quatro Evangelhos!

O primeiro ser vivente é semelhante a um leão (Ap 4.7), representando Jesus como Rei (ou Messias) como também se vê ressaltado no Evangelho de Mateus, que apresenta Jesus como Messias, salientando Sua majestade. É o Evangelho que mais referências faz às Escrituras do Antigo Testamento,  utilizando a genealogia para demonstrar aos judeus que Jesus é da linhagem de Davi.

O segundo é semelhante a um bezerro, que representa a Jesus como servo humilde e sofredor, como também é retratado no Evangelho de Marcos, cujo versículo chave é: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10:45).

O terceiro possui um rosto semelhante a um homem, representando Jesus como o Filho do Homem, expressão que aparece 28 vezes neste que é o Terceiro Evangelho, “porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19:10). Único Evangelho cuja genealogia vai até Adão, pai da humanidade. Sendo o único também Evangelho que descreve o nascimento e a infância de Jesus. As narrativas de Lucas sãos as que possuem mais cor humana, descrevendo eventos da vida cotidiana, eventos cheios de emoções humanas.

Enquanto os três primeiros animais pertencem a terra, o quarto ser vivente é semelhante a uma águia, que voa no céu! A divindade de Cristo é aqui destacada do mesmo modo como o é no Quarto Evangelho! Jesus é descrito como o Logos divino, como o Criador, o Eu Sou, o Unigênito do Pai, digno de adoração. “Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (Jo 20:31).

Para confirmar a veracidade dos fatos através do relato de várias testemunhas (2 Co 13:1; Hb 2:3). Mateus, Marcos e João foram testemunhas oculares e Lucas foi um cuidadoso historiador que se valeu do testemunho verbal dos Apóstolos.

E para “poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:18-19)

Para que a multiforme graça e sabedoria do Evangelho de Cristo pudesse ser contemplada por você!

“Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1.15).

* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores

e não refletem, necessariamente, a opinião do Canal Cristão do Sul.

 José Ildo Swartele de Mello

Fonte: Prime


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