Poucas coisas são unânimes entre os homens, mas existe um momento que quase todos os seres do sexo masculino temem. Aquela pergunta informal que o barbeiro faz quando você vai aparar o cabelo, numa inocente tarde de sábado:
"Quer que eu dê uma disfarçada na careca?"
Para grande parte dos homens, a consciência que sua perda de cabelo já é perceptível é chocante. Na verdade, a maioria têm plena noção de que está perdendo cabelo, mas prefere enrolar, passar anos sem tomar alguma atitude. Até que alguém diga explicitamente que a situação está se complicando, poucos se preocupam com a queda dos sagrados fios desde o começo.
Não bastasse isso, pesquisa internacional recente aponta que quem sofre de calvície no topo da cabeça tem mais risco que homens com falta de cabelo apenas na testa.
Segundo o estudo, homens que sofrem de calvície podem ter 32% mais chances de desenvolver doenças do coração, atestam cientistas da Universidade de Tóquio. Mas o nível de falta de cabelo conta. Aqueles com calvície severa, em que há cabelo apenas nas laterais da cabeça, têm 48% mais risco. Se a carência capilar é só no topo do crânio, as chances aumentam em 36%. Já os que são carecas apenas na testa não passam por perigo significativo na conclusão dos pesquisadores, pelo menos quanto ao diagnosticado por meio do couro cabeludo.
O trabalho japonês é um meta-análise, ou seja, os cientistas não entrevistaram diretamente quem era calvo, mas fizeram uma compilação de dados de outros estudos que já trataram desta hipótese. Ao todo, foram levantadas informações de 36.990 pessoas com o problema. Mesmo os que desenvolveram a calvície do vértex - como é chamado o topo da cabeça - antes dos 50 anos tiveram maiores riscos de ter doenças cardíacas.
O estudo juntou as peças, mas nem os pesquisadores nem ninguém ainda sabe com segurança por que calvície tem a ver com doenças do coração. Há a hipótese de que fatores de risco como hipertensão, tabagismo e o colesterol em excesso podem influenciar as duas coisas. Se cigarro e pressão alta deixaram um homem careca, de acordo com a sugestão dos cientistas, é porque também já prejudicaram seus vasos sanguíneos a ponto de desenvolver arteriosclerose. Por fim, calvície e doença cardíaca podem ter a ver com a mudança na forma como o corpo reage ao hormônio masculino. Quando os folículos do topo da cabeça ficam mais sensíveis à testosterona, o hormônio é processado por uma enzima que acaba por atrofiar as células de onde saem o cabelo. A mesma sensibilidade à testosterona também ocorre nos vasos sanguíneos e no coração, podendo causar arteriosclerose.
O revisor do estudo japonês publicado na revista científica “BMJ Open”, Paulo Andrade Lotufo já apresentou pesquisa sobre o tema em 2000. Professor titular de clínica médica da USP, Lotufo diz que a calvície no vértex não é causada por arteriosclerose. Mas ele confirma que a ação da testosterona nos folículos do topo da cabeça é diferente em quem tem o tipo específico de calvície no cocuruto. E ele explica que o mesmo efeito, chamado de ação androgênica, não ocorre na falta de cabelo na testa:
Não andamos muito ainda para explicar a relação entre a calvície no topo da cabeça e o maior risco de doenças do coração. É um assunto que ainda exige mais estudo.
Paralelamente a este e diversos outros estudos, um tratamento em particular está chamando a atenção dos homens no Brasil por ir na contra-mão de todos os outros. Em vez de simplesmente tentar recuperar a malha capilar e fazer crescer novos fios, o método, desenvolvido nos Estados Unidos e recém chegado ao Brasil, ataca a origem do problema, aumentando o fluxo vascular no couro cabeludo por conta de suas propriedades anti oxidantes. O tratamento em cápsulas está sendo chamado por estudiosos e seguidores de "Suplemento de Reconstrução Capilar".
Fonte: UOL E GLOBO.GLOBO