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Última atualizaçãoSeg, 04 Out 2021

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Torturado diz que fez as mais profundas orações no cativeiro

Douglas Joseph Shimshon Al-Bazi é um padre católico iraquiano de 43 anos que foi preso e torturado por um grupo extremista durante 9 dias. Antes disso, escapou de dois atentados a bomba e levou um tiro de fuzil.

Ele está no Brasil esta semana, para dar palestras em eventos promovidos pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre. Veio contar como todos os grupos cristãos iraquianos estão se unindo para suportar o massacre realizado pelos jihadistas na Síria e Iraque nos últimos anos.

Ele conta que antes de 2003, existiam mais de dois milhões de cristãos no Iraque. Hoje, o número não chega a 200 mil. Existem milhares de pessoas refugiadas, vivendo em acampamentos. Para Douglas não é um conflito, “é um genocídio”.

Em 2006, ele foi sequestrado por um grupo muçulmano que tentava conseguir dinheiro da igreja por seu resgate. Ficou com sequelas no corpo e na alma, mas não abandonou sua fé. Nos quatro primeiros dias ficou sem água, teve o nariz quebrado e torturado todas as noites.

Durante quase o tempo todo ficou vendado e com as mãos, acorrentadas. Lembra que seus   sequestradores faziam muitas perguntas. Certo dia, foi golpeado na boca com um martelo. Um dente se soltou e a resposta do extremista foi: “Não se preocupe, você tem vários dentes e nós ainda temos vários dias”.

Seu testemunho é que durante o tempo no cativeiro fez “as mais belas e profundas” orações de sua vida. Felizmente, sua igreja acabou negociando e ele foi libertado. Continuou seu trabalho com a comunidade cristã da região, mas só viu as coisas piorarem desde então.

Hoje vive em um campo de refugiados, na cidade de Erbil, ao Norte do Iraque. “A igreja se tornou um escudo para aqueles que querem se proteger. As famílias vivem em contêineres, organizados por caravanas. Temos escolas e saúde, na medida do possível. A cada dia chegam mais pessoas, sem esperanças de voltar para casa”, desabafa.

Embora uma grande quantidade de pessoas tenha fugido para a Europa, ainda há muitos que esperam que a situação no Iraque volte ao normal. Embora viva diariamente o sofrimento, é direto: “Quem sou eu para questionar Deus?”. Ele resume a situação assim: “Eu sou meu povo. O sofrimento que eu passei é o sofrimento que o cristianismo passa, hoje, no Oriente Médio”.

Católicos, evangélicos e outras minorias cristãs vivem em harmonia na região. O relatório apresentado pela Ajuda à Igreja que Sofre mostra que o sequestro e execução de cristãos, independe de denominação.

Douglas veio ao país com uma mensagem “Vim pedir ajuda. Pedir que o Brasil ouça o grito do meu povo e dissemine essa mensagem. Falem alto, acordem o mundo, além de fazer suas orações por nós”. Para ele, é provável que, se a situação não mudar, muito em breve não haverá mais cristãos no Iraque.

Oficialmente o governo do Brasil não tem se pronunciado sobre os massacres a cristãos no Oriente Médio. Mesmo assim, o país tem aceitado refugiados da região.

A única fala oficial foi durante um encontro na Organização das Nações Unidas em 2014, quando a presidente Dilma Rousseff fez um discurso polêmico.  Ela condenou os bombardeios das forças armadas norte-americanas contra o Estado Islâmico (EI).  “Eu lamento profundamente isso. O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU”, afirmou.

 

Com informações de Extra/Prime

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